Filha de pernambucano com paranaense, a paulista Myrella Nascimento tem contato com a arte desde criança. Toda essa mistura resultou em canções MPB com diversas influências.
Hoje Myrella representa o Mulheres na Música, onde conta sobre a sua trajetória musical, Avenida Paulista e planos para o futuro.
Confira aqui:
Just Play! - Como começou a sua história na música e em que momento decidiu seguir a carreira nesse meio?
Myrella - Começou desde criança, não tem nenhum músico na família, mas a música sempre esteve em mim. Fiz aula de música, comecei aos 9 anos com teclado, depois fiz aula de violão e canto, e adorava brincar de cantora. Colocava sapato de salto da minha mãe, pegava aquelas escovas redondas e começava a cantar na frente do espelho. Lembro de colocar minhas primas pra cantar junto, e o desafio era segurar a nota da música “Galopeira” por mais tempo.
A música continuou comigo na adolescência compus minhas primeiras canções, uma delas foi “Rosa Prata” que está nos apps de música e que ganhou até versão em inglês a pedido de uma rádio na Austrália “Silver Rose”. Durante todo este tempo o estudo em música prosseguiu seja em instrumento ou na parte teórica com aulas de arranjos e harmonia. Quando chegou o momento de escolher a faculdade, cogitei estudar música, mas acabei optando por publicidade e propaganda (já que minha mãe assim na época aconselhou), nesta mesma época foi quando comecei a cantar e tocar em barsinhos de São Paulo e a ganhar meus primeiros cachês. Nunca mais parei, nem quando precisei colar grau para pegar meu diploma de publicidade, não pude ir porque tinha show no dia. E assim peguei meu diploma depois de 10 anos de formada.
Just Play! -O seu trabalho é voltado para a MPB. Apesar disso, você enxerga outras influências musicais nas suas músicas? Se sim, quais?
Myrella - Claro que sim, acho difícil existir um único gênero, tudo é uma construção de outras influências.
A própria MPB de hoje não é a mesma de 30 anos atrás. Mas falando de mim converso muito com o Blues, o Pop, e R&B
Just Play! -Na sua opinião, qual foi um momento que te marcou durante toda a trajetória na música até agora?
Myrella - São muitos porque afinal são 20 anos trabalhando profissionalmente com música, mas já que é pra escolher um, todo o período que cantei aos domingos na Av. Paulista como artista de rua foi um grande aprendizado, por todos os desafios e recompensas que vivi.
Just Play! - Todas as pessoas que tocam na Paulista que eu tive a oportunidade de conhecer dizem que é uma sensação mágica se apresentar lá. Esse fato é verídico? O que te levou a tocar na avenida mais famosa de São Paulo e o que você sente quando está mostrando a sua arte no coração da cidade?
Myrella - Fato verídico. Artistas anônimos ganhando holofote. Acho que é a sensação mais próxima do que sente um artista famoso em show com casa cheia. São muitas pessoas paradas ali na sua frente porque curtiram seu som, e dançam e cantam junto, uma energia muito bom, um momento que a a gente esquece o que esta acontecendo no resto do mundo só fica ali curtindo juntos numa mesma sintonia.
Fui tocar na Paulista depois que virei mãe, fiquei afastada do mercado por quase 2 anos e perdi todos os contatos de casas de shows, bares e eventos. Além disso tinha uma caixa de discos prensada em casa numa época em que a música digital já estava crescendo muito, precisava vender isso. Já sabia de alguns músicos que tocavam lá e fui um dia testar, nunca mais parei. Av. Paulista é uma grande vitrini pra mostrar meu trabalho, para mais pessoas conhecerem meu trabalho, ganhei fãs e amigos, e conquistei novas oportunidades de trabalho.
Just Play! -No seu trabalho é possível ver um emponderamento muito forte. Qual é o seu objetivo enquanto artista em relação às pessoas que te acompanham?
Myrella - É deixar o dia delas mais leve, as vezes mais reflexivos, tem um discurso sim para o empoderamento feminino as mulheres tem q saber que o lugar delas e onde elas quiserem. Tem muito empatia e amor ao próximo também, porque só assim a gente é capaz de evoluir como humanidade.
Just Play! - Como acontece o seu processo de composição? Normalmente é baseado em fatos reais, histórias que você presenciou, sentimentos que você teve?
Myrella - Geralmente escrevo a letra primeiro, e quase 80 % das vezes são situações que eu vivi, outros 20% são de histórias que ouvi, ou as vezes um filme que assisti ou até de outras músicas que ouvi.
Just Play! -O último clipe que você lançou foi da música "Eu e Você É Só Querer". Como foi o processo e a experiência da gravação desse vídeo?
Myrella - Gravação de clipe é sempre a parte mais trabalhosa porque envolve a criação de um roteiro, a logística da gravação, depois o processo de edição. E sou eu que organizo tudo isso. Se é em local aberto como foi a situação deste clipe tem q contar que não vai chover, que não terá nenhum problema com a locação do tipo alguém estar lá antes enfim... Muito trabalho mais um resultado muito gratificante.
Just Play! - Qual é a sua opinião sobre as mulheres no mundo da música? Você acha que o espaço está aumentando ou ainda falta muita coisa para melhorar e se tornar igualitário?
Myrella - Na linha de frente tem muita mulher, acho que cantoras tem muitas, e muitas excelentes. Mas nos bastidores pode e deve aumentar, como produtoras musicais, engenheiras de mixagem e masterização, diretoras de clipe, musicistas acompanhantes.
Just Play! - O que podemos esperar dos seus próximos projetos?
Myrella - Meu próximo single tem lançamento no próximo dia 30 de outubro “A Vênus no seu mapa”, depois final de novembro tem mais uma. E já estou gravando voz para os lançamentos de janeiro e fevereiro de 2021. Todas essas canções com lançamento pelo selo Moringa Fresca com produção de Jeff Pinas. Ou seja, tem um solo fértil como muita semente brotando por ai.
Conheça o trabalho da Myrella:
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