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Mulheres na Música: conheça Mariana Ramos


Diretamente de Curitiba, a cantora e compositora da cena independente Mariana Ramos estreou a carreira musical em 2019 com os singles "Muros" e "Tiros". Recentemente a artista lançou o seu primeiro clipe da canção "Mais".


Hoje ela vai representar o Mulheres na Música, onde vai falar sobre a cena musical, o espaço feminino e um pouco da sua trajetória.


Confira aqui:


Just Play! - Como você decidiu entrar para o meio da música?

Mariana - A música existe há bastante tempo em minha vida. Desde muito cedo, tive contato com a arte por meio da família - meu pai músico, minha mãe artesã e meus tios atores sempre me inspiraram a ser artista. Comecei a cantar e a tocar instrumentos ainda criança e, em minha infância e adolescência, participei de conjuntos musicais e peças teatrais na escola e na igreja. Aos 12 anos comecei a compor as minhas primeiras canções, embora ainda não as publicasse. Anos depois, iniciei meus estudos no Conservatório de Música Popular Brasileira, em Curitiba. Nessa mesma época, cursando Psicologia na Universidade Federal do Paraná (UFPR), passei a exibir minhas composições aos amigos e eles me incentivaram a divulgá-las. Em outubro de 2019, lancei "Muros", e, em novembro, "Tiros". Apesar de minha longínqua história com a música, foi só em 2019, com o lançamento destes singles que entendi que queria trabalhar com isso. Passei a estudar e me integrar ao mercado musical, conhecendo pessoas e encarando o meio da música como parte fundamental da minha vida e do meu trabalho. Em novembro deste ano, 2020, lancei o meu primeiro videoclipe, acompanhado da faixa "Mais", inaugurando uma nova fase em minha carreira.


Just Play - Quais são as suas maiores inspirações musicais?

Mariana - Reúno referências diversas em minha arte. As minhas maiores inspirações estão na música brasileira. Certamente a música de João Gilberto, Caetano Veloso, Elza Soares e Os Mutantes me inspira muito. Mas o meu canto é muito influenciado por Camille Bertault, Jessie J, Kimbra e Amy Winehouse. Gosto de cantores expressivos e autênticos, cuja voz fala por si mesma. Nas composições, me inspiro muito em Radiohead. Amo os caminhos harmônicos inusitados que eles percorrem, as guitarras radioheadianas lindíssimas e a poesia densa.


Just Play - Como você define o som que produz? E o que você pretender levar para as pessoas através da sua música? Mariana - Eu defino o som que produzo como Indie Pop. Em termos mercadológicos, é interessante defini-lo assim. Mas, no âmago da coisa, acho que faço um som experimental. O que eu e meu violão fazemos só Clarice entende. Com a minha música, eu pretendo levar para as pessoas uma experiência anunciadora. Quero que, com o som, elas identifiquem em si os seus sintomas, percebam coisas que ainda não foram ditas nesse processo de tornar-se pessoa. Que a minha música possa falar com elas e por elas!


Just Play! - Qual é a sua opinião sobre a cena musical independente de Curitiba? Mariana - Em minha opinião, a cena musical independente curitibana é riquíssima e tem se mostrado cada vez mais presente no cenário nacional. Tenho muitos amigos artistas aqui e sei o quanto cada um deles se dedica em seu trabalho. Sinto-me feliz ao dizer que faço parte dessa cena e estou animada com os projetos de 2021! "Mais", por exemplo, foi inteiramente produzido por artistas curitibanas. A faixa, composta e interpretada por mim, foi produzida, mixada e masterizada por Vivian Kuczynski, o clipe pela produtora Cobra Curada, com figurino também por Cobra Curada e maquiagem por Sarah Roxanna. A fotografia por Livia Rodrigues e a assessoria de comunicação por Nicole Kisner e Ana Pinel.


Just Play! - Você lançou o primeiro clipe da carreira recentemente. Como foi o processo de gravação do vídeo da música "Mais"? Como foi essa experiência? Mariana - Sim! Eu estou muito feliz, pois o meu primeiro videoclipe é um retrato daquilo que eu tenho me tornado. Saber que eu protagonizei o processo, não só na atuação, mas nos bastidores, me deixa realizada. A experiência em si de fazer o videoclipe foi um evento. Gravar, dançar, movimentar e desvendar o corpo, sentindo a minha pele, foi um ato político - a expressão máxima do meu desejo por mim mesma. Desde a primeira conversa com a Maria Eduarda, que dirigiu o material, senti que o resultado final do nosso trabalho seria genuíno e que inauguraria uma nova fase para Mariana Ramos.


Just Play! - Falando ainda sobre a canção "Mais", sobre o que é a composição? É baseado em experiências pessoais ou apenas inspirações que vieram? Mariana - A composição de "Mais" é baseada em experiências pessoais. Escrevi para alguém que nunca sequer soube que foi amado. A canção, um Indie Pop, com referências Folk e MPB trata sobre um amor que não acontece. Conta a história de alguém que deseja mais, mesmo quando o objeto desejado não é uma possibilidade. No contexto da música, desejar é mais que querer, é se desfazer diante do Outro, num movimento curiosamente contrário à ele. É falar no silêncio, calar-se no diálogo, perder-se no encontro e encontrar-se na falta. É sobre a arte do desencontro.


Just Play! - Qual é a sua opinião sobre o espaço das mulheres na cena musical? Mariana - A minha opinião sobre o espaço das mulheres na cena musical é de que devemos ocupá-lo - em quantidade e em categoria. Ocupar outros lugares que não apenas o de cantora/compositora. Precisamos incentivar mulheres a serem produtoras, arranjadoras, pesquisadoras, regentes, instrumentistas, roadies, managers, empresárias e todos os postos que elas quiserem. Precisamos entender que podemos tudo: mulher na música não é só enfeite. É sobre protagonismo feminino!


Conheça o trabalho da Mariana Ramos:


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