Nascida no Rio de Janeiro, Fernanda Lemos descobriu a música em sua vida ainda criança. As primeiras composições foram feitas aos 7 anos, mas apenas aos 17 que ela assumiu a carreira artística.
A cantora e compositora gosta de definir as suas canções como “mistura de Pop e MPB com influência de diversas sonoridades, gêneros e regiões brasileiras.”
Hoje a Fernanda Lemos vai representar o “Mulheres na Música” e contar um pouco sobre o início da carreira, inspirações e projetos.
Confira aqui:
Just Play! - Como você entrou para o meio musical?
Fernanda - Na verdade, foi mais um processo de aceitação e assumir a música como carreira. Eu sempre quis ser cantora, desde pequena. Minha primeira lembrança como compositora eu tinha seis ou sete anos. Desde muito nova eu escrevo, canto e me imagino nos palcos. Mas era complicado, eu achava que não era possível. E aí, quando entrei na faculdade, por mais que estivesse cursando Jornalismo, eu passei por um processo de aceitação e certeza muito grande com a música. Então, talvez, se teve um momento de decisão, foi na faculdade. Quando eu estava para me formar, já era um fato para mim e para todo mundo que eu não seguiria como jornalista, mas como cantora.
Just Play! - Quais são os artistas que mais te inspiram?
Fernanda - Essa pergunta sempre é muito difícil pra mim. Hahaha São muitos, principalmente na música brasileira, porque eu me inspiro com as histórias, sabe? Mas vou listar alguns que estão me movendo muito atualmente. No Brasil, Letrux, Marisa Monte, Duda Beat, Mc Thaa, Flaira Ferro, Pitty, a Manu Gavassi, Clarice Falcão...
No mercado internacional com certeza a Rosalía, Dua Lipa, Taylor Swift, Beyoncé, Madonna... São muitas, a enorme maioria mulheres.
Just Play! - Além de cantar, você também compõe. Como normalmente acontece o seu processo de criação?
Fernanda - É muito natural, vem de forma espontânea. Geralmente é sobre algo que eu estou vivendo, o que faz 99% do meu trabalho ser autobiográfico. Funciona como forma de expressão, um desabafo, sabe? Então vem a letra junto com a melodia e, na maioria das vezes, vem tudo de uma vez só. É raro eu demorar meses ou anos compondo a mesma música. As vezes acontece, mas é raro.
Just Play! - O seu primeiro clipe foi com a autoral "Já Deu". Qual foi a sensação de poder gravar um vídeo do seu trabalho e como aconteceu a escolha da música?
Fernanda - Foi muito legal. Era a concretização de um sonho muito antigo e primeiro passo para a carreira que eu sempre quis trilhar. Tenho um carinho enorme por esse trabalho. E a escolha da música foi minha. Eu escolhi Já Deu como primeiro single do meu EP, “Tipos de Amor”, - acho que muito por feeling - e deu super certo.
Just Play! - Na sua opinião, qual foi o momento mais inesquecível da sua carreira até agora? Por que?
Fernanda - Com certeza foi a gravação do meu primeiro EP. Entrar em estúdio, produzir, dar vida às músicas que eu fiz na minha casa, no meu violão... aquilo foi muito especial e me fez ver que tudo era possível, que era só o início de tudo. Foi muito marcante.
Just Play! - Com o crescimento da internet, as pessoas estão podendo publicar os trabalhos nas redes sociais. Ao mesmo tempo que é positivo, é mais difícil ter destaque por ter muito conteúdo diário. Como artista e comunicóloga, qual é a sua opinião sobre isso?
Fernanda - Eu acho isso muito positivo. Acho que a internet democratizou diversas formas de expressões artísticas que antes não teriam espaço na sociedade e nas grandes gravadoras. Isso abriu caminhos, criou movimentos, pluralidade e oportunidades. Penso muito nas cantoras drags que hoje são um movimento lindo, enorme e forte, que a internet ajudou a impulsionar. Não sei como seria há 20 ou 30 anos atrás, sabe? Também passou a exigir dos grandes artistas e empresas muita criatividade e reinvenção. Cria o desafio de sempre inovar e querer surpreender. Existem milhares de trabalhos na internet que foram feitos de formas simples, mas que são tão complexos quanto uma grande produção. Grande exemplo é “Trem Bala”, que explodiu ainda na versão caseira, voz e violão da Ana Vilela. Isso mudou a indústria da música. A partir daí sai o protagonismo das grandes empresas e entra a mão do artista em todos os lados e decisões de sua carreira. Temos diversos artistas independentes enormes, com trabalhos sólidos e público fiel. Eu avalio isso, no geral, como enriquecedor e muito positivo. Claro que tem a questão do conteúdo diário e o que é notícia hoje fica velho semana que vem. Mas o importante é focar no seu público, é ele quem vai te manter. Além das mudanças, um princípio é o mesmo: o trabalho ganha vida e sobrevida através dos fãs.
Just Play! - Quais são os seus planos para o futuro com a música?
Fernanda - O meu objetivo é ser uma cantora reconhecida nacionalmente. Ter uma carreira estável, conseguir lançar minhas músicas e viver do meu trabalho, sempre evoluindo e buscando novas parcerias e sonoridades. Para isso, tenho muitos planos e um deles é o lançamento do meu próximo EP, que foi adiado para o ano que vem por causa da pandemia. Também tenho algumas parcerias vindo, clipes, dentre outras coisas. Assim que for possível, estaremos gravando tudo e dando vida a uma nova era.
Conheça o trabalho da Fernanda Lemos:
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