Mulheres na Música: conheça a banda Artelas

A banda Artelas foi criada em 2019, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro.

É um grupo de pop rock independente formado pelas irmãs gêmeas Ianny e Ingrid Monteiro (guitarra e bateria) e pela vocalista e responsável pelo violão Áurea Uchoa.

Hoje elas estreiam o novo quadro no Just Play!, “Mulheres na Música”, onde vão contar um pouco sobre a banda, as influências e o espaço das mulheres na música.

Confira aqui:

Just Play! - Como a música entrou na vida de cada uma de vocês?

Áurea - A música tá na minha vida desde que me entendo por gente. Desde novinha eu já me juntava com os meus primos e inventava coreografias para dançar nas reuniões de família. Com 14 anos, eu ganhei o meu primeiro violão e daí pra frente nunca mais parei.

Gêmeas - Influência familiar. Gostávamos de escutar muito bandas de rock. Aos 13 anos começamos a estudar música e viramos fãs da Pitty. Após ir aos shows e ter contato com os fã clubes, nos interessamos ainda mais.

Just Play! - Como surgiu a banda? De que forma vocês decidiram virar um trio?

Artelas - A banda surgiu depois de um show que fui junto com a Ianny. Na volta eu mostrei pra ela uma das minhas composições e ela se propôs a me ajudar a “encorpar” a música, que na época só tinha voz e violão. E até então seria só isso, no primeiro ensaio que a gente chamou nossos amigos pra assistir, uma amiga em comum comentou sobre como éramos juntas e que seria muito legal sermos uma banda e estamos aí.

Just Play! - Quais são as maiores inspirações pra vocês na música?

Áurea - Tuyo, Mulamba, Ana Muller, Rubel

Gêmeas - Pitty, Scalene, Foo Fighters

Just Play! - O que vocês pretendem levar pras pessoas através da música? Paz? Emponderamento? Alegria?

Artelas - Nosso som é muito amplo, tem muito sentimento e, como nosso nome já diz, ArTELAS. Somos “telas”. Acaba que cada pessoa que nos ouve recebe de uma forma, e como toda arte, as interpretações variam muito de acordo com quem nos escuta.

Just Play! - Como funciona o processo de composição? Normalmente vocês sentam juntas para escrever ou isso varia? As letras são criadas a partir de experiências pessoais ou vocês só deixam "fluir"?haha

Artelas - No nosso primeiro álbum as composições são da Áurea e as músicas falam sobre fases de uma relação. Todas elas partiram de sentimentos que ela sentiu e que precisavam ser externados, compor foi uma válvula de escape. Vocês ouvem uma história mais do que baseada em fatos reais kkk.

Just Play! - O que podemos esperar dos projetos futuros de vocês?

Artelas - O nosso plano é cada vez mais abraçar um público maior, com novas sonoridades, parcerias... temos muitas coisas pra lançar.

Just Play! - No meio musical ainda rola uma resistência de dar destaque para artistas mulheres. Vocês são um grupo formado por 3 mulheres. Durante esse tempo na música, vocês já passaram alguma experiência envolvendo algum tipo de preconceito?

Artelas - O preconceito com mulheres no meio artístico é quase que inerente. A gente busca sempre levantar essa bandeira, conscientizar quem nos escuta da importância da valorização do feminino nesse meio. Até então, fomos muito bem recebidas e acolhidas nos lugares em que fomos. O fato de ser uma banda majoritariamente feminina acabou sendo um diferencial. Mas somos 1 banda em 1 milhão, para a grande maioria a realidade é outra. Antes da banda, a Ingrid, nossa baterista, tocou em outros lugares e, por ser um instrumento que comumente é tocado por homens, acabava sendo subestimada.

Just Play! - No geral, qual é a opinião de vocês sobre a cena das mulheres na música?

Artelas - A mulher, por já ter nascido em espaços restritos acaba sendo anulada e/ou subestimada quando se propõe a fazer algo. Hoje temos muitas mulheres que são destaques no cenário musical, mas acabam sofrendo uma repressão e um “hate” que músicos homens fazendo a mesma coisa não sofrem. A gente acaba não ocupando os mesmos espaços que são protagonizados pelos homens e isso direta ou indiretamente acaba afetando a maneira como a gente se enxerga como artistas. É super importante valorizar a arte das mulheres num âmbito geral e sendo mulher, vivendo da arte é de suma importância lembrar que se hoje não ocupamos espaços nas paradas de sucesso, a culpa não é nossa. O problema tá na estrutura.

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