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Foto do escritorLudi Villalba

Minha relação com a Demi Lovato

Atualizado: 22 de mai. de 2020

Resolvi contar um pouco da minha história pessoal e a importância que a Demi teve durante a minha vida.


Como eu publiquei aqui nessa semana, Demi teve uma overdose e foi internada. Graças a Deus ela está se recuperando no hospital. Essa notícia abalou tanto as pessoas próximas da cantora, quanto os fãs, inclusive eu.



Já que isso é um blog e, desde o início, eu falei que seria algo para o meu prazer e até mesmo um "refúgio", achei que deveria falar sobre um assunto delicado que aconteceu na minha vida e que até um tempo atrás eu tinha grande dificuldade de falar. Além disso, de certa forma, Demi foi uma grande inspiração durante a minha recuperação.


Para quem na sabe, além de problemas com drogas, Demi Lovato teve problemas com bipolaridade, distúrbios alimentares e automutilação. Quando era mais nova, a cantora sofria bullying na escola, principalmente por causa de seu peso. Foi assim que ela começou a ter alguns transtornos alimentares, como bulimia. Quando entrou na adolescência, uma amiga que era popular com a galera começou a levá-la em festas. Como Demi era desesperada para se encaixar e não ser mais zoada pelos colegas, ela entrou em contato com o álcool e, depois, com as drogas. Além desses problemas, o pai de Demi era dependente químico.


Agora que eu fiz um resumão, você deve estar se perguntando: tá, mas o que isso tem a ver com você?


Bom, eu acompanho a Demi desde Camp Rock, filme da Disney onde ela foi lançada para o mundo. Minha adolescência também não foi muito fácil. Aos 11 anos eu fui vítima de bullying no colégio que eu estudei desde bebê. Do nada os meus "amigos" simplesmente viraram a cara e começaram a me insultar, criar fofocas, me agredir durante as aulas de educação física, me ameaçar na internet, enfim, um verdadeiro pesadelo. Foi um momento bem difícil, onde eu tive o apoio dos meus pais, mas, mesmo assim, fiquei extremamente abalada psicologicamente. Nesse período, desenvolvi uma gastrite nervosa e automutilação. Não, eu não me cortava. Mas arrancava cabelos, pelos da sobrancelha e cílios. Minha fuga era chegar em casa e colocar o CD do Camp Rock para tocar e cantar junto.


Mudei de colégio e os primeiros anos foram legais. Apesar dos babacas que tinham na minha turma, eu tinha feito amizades e isso me fortaleceu. Depois de alguns anos, quando eu estava com uns 15 anos, um grupo de meninas da minha sala começou a me insultar virtualmente e, consequentemente, alguns "amigos" se afastaram de mim por fofocas. Tudo que estava "adormecido" voltou e, de certa forma, pior. Nessa mesma época, eu e meus pais estávamos passando por problemas familiares bem sérios e isso estava afetando muito a nossa casa. Pode-se dizer que eu fiquei sobrecarregada.


Dessa vez eu desenvolvi um princípio de bulimia. Ser chamada a vida inteira de "gorda" por colegas de sala e parentes não era muito fácil para uma menina de 15 anos. A minha "sorte" é que logo no início meus pais procuraram uma psicóloga, algo que foi de extrema importância para mim. Acho que se eu não tivesse começado algum tratamento naquele momento, a minha situação teria sido bem pior.


Coincidentemente, nesse período, o mundo soube que a Demi Lovato também tinha problemas. Para a minha surpresa, muitos parecidos com os meus. Confesso que eu fiquei em choque. Imagina? A cantora e atriz que você admirou/admira durante toda a sua adolescência sofre de distúrbios parecidos com os seus. Descobrir que ela estava lutando contra isso me deu mais força para querer me livrar disso tudo, começando pela aceitação de que eu tinha um problema sério e que, para o meu bem, precisava ser tratado. Isso me renovou. Ver que ela também estava incentivada a melhorar me alegrava também. Como experiência própria, eu posso dizer que não é fácil.


Fiz tratamento com psicóloga e nutricionista por anos (até hoje frequento uma especialista em nutrição). O apoio dos meus pais, de duas amigas em particular (Vic e Karina) e a motivação da Demi me ajudou bastante. Hoje eu estou bem. Obviamente tem os dias em que você quer ter uma recaída. No meu caso, isso acontece quando me estresso ou me decepciono com algo/alguém. Mas, graças a Deus, eu estou conseguindo manter o controle há alguns anos.


Claro que foi um choque saber da recaída da Demi. Mas não a julgo e acho que ninguém tem direito de fazer isso. Só quem passa por esses problemas sabe o quão foda é. Do mesmo jeito que ela me deu força de alguma forma durante o meu processo, eu desejo o mesmo para ela. Demi já passou por tantos obstáculos. Esse é só mais um. Tenho certeza absoluta que ela vai se recuperar.


Bom, esse foi o meu desabafo. Talvez alguns amigos se choquem ao ler isso (muitos não faziam ideia de tudo que eu passei), mas o importante é que eu melhorei e sei que a Demi vai tirar esse desafio de letra!

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