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Foto do escritorLudi Villalba

A importância do Renato Russo na minha vida

Atualizado: 14 de out. de 2020


Ontem completou 24 anos que o grande Renato Russo perdeu a batalha contra o HIV. Apesar desse acontecimento triste, o seu grande legado ficou: as músicas e todo o trabalho artístico.


Essas canções falam de temas mais presentes do que nunca, completamente atemporais, que conquistaram muitos e seguem conquistando novas gerações.


Se você leu o post do Just Play! “Eu e a Música”, sabe que a minha ligação com esse meio vem desde que eu estava na barriga da minha mãe. Claramente os gostos musicais dos meus pais influenciaram diretamente no que eu gosto de ouvir. Legião Urbana é uma delas.


Sem dúvidas, para mim, o Renato Russo é um dos maiores poetas que nós temos. Sou apaixonada pelo trabalho dele. Não é à toa que o seu legado esteve presente em momentos marcantes na minha vida, inclusive na minha pele. Por isso resolvi contar um pouco para vocês.


Nos meus 15 anos, eu tive uma festa bem princesinha. Com direito a troca de vestidos na noite, valsa, príncipe e tudo o que tem direito. O convite do meu aniversário veio com o trecho da música “Monte Castelo”. Foi uma sugestão do meu pai e eu achei uma ótima ideia. Inclusive na hora do cerimonial, quando eu estava prestes a descer as escadas para a valsa, foi essa canção que tocou. Lembro como fosse ontem! Todo aquele frio na barriga e o som ao fundo. Foi incrível!


Em 2014 eu fiz as minhas primeiras duas tatuagens. No primeiro semestre, eu tatuei duas notinhas musicais e no segundo semestre eu estava decidida que queria fazer um violão. Comecei a pesquisar vários desenhos, mas nenhum eu gostava e nem me inspirava para criar algo original junto com o tatuador. Até que eu lembrei da capa do quarto álbum da banda chamado “As Quatro Estações”. Nele tem a imagem de um violão que ficou super famoso entre os fãs e estampado em diversas camisas e posters do grupo. Eu abri a imagem e falei “É ISSO!”. Queria tatuar um violão no braço porque eu comecei a fazer aulas com o meu pai quando tinha 9 anos. Desde então nunca mais parei de tocar, então era algo que me representava. Quando vi a imagem do disco, eu pensei: “por que não juntar o útil ao agradável? Toco violão desde criança e ainda sou super fã do Legião!”.


Fui no estúdio de tatuagem para marcar o horário. Queria que fosse durante a semana, mas o tatuador sugeriu que fosse no sábado porque era mais tranquilo. Concordei e nem liguei para a data. Pra vocês terem noção de como eu realmente não me toquei, eu cheguei a esquecer que tinha um horário marcado e a secretária me ligou perguntando se eu tinha desistido da tatuagem. Dei um pulo e fui correndo até o lugar!


Eu fiz a tatuagem naquele sábado que, para mim, era como outro qualquer. Eu real não tinha me ligado a nada. Quando cheguei em casa, com o meu braço todo enrolado no PVC, liguei o computador e fui ver as notícias. Pasmem: exatamente naquele sábado estava completando 18 anos da morte do Renato Russo. Eu fiquei em choque. Era pra ser aquele desenho! Era pra ser naquele dia! Não tinha como! A partir daquele momento, a minha tatuagem ganhou um carinho mais do que especial. E eu faço questão de contar com o maior orgulho para qualquer pessoa que me pergunta sobre.

Dois anos se passaram e, durante a aula de jornalismo impresso, nós fizemos um trabalho sobre o Renato Russo. A turma virou uma espécie de simulação de redação, onde criamos um site e produzimos várias matérias em homenagem aos 20 anos do falecimento do artista. Durante esse tempo, eu tive a grande oportunidade de fazer uma entrevista exclusiva com o Giuliano Manfredini. Agora pense: uma mera aluna de comunicação, com 20 anos de idade, fã do Legião Urbana, tendo a oportunidade de fazer uma entrevista com o filho do Renato Russo. Eu tava feliz? Sim ou claro?


Cheguei no restaurante, encontrei com o Giuliano e fizemos uma entrevista que virou um bate-papo por três horas! Logo nos primeiros minutos nós descobrimos que tínhamos a mesma tatuagem. Ao longo da conversa eu pude descobrir fatos e curiosidades maravilhosas sobre o compositor, além do Giuliano ter sido extremamente atencioso comigo. Ele me deu alguns exemplares do livro “Só Por Hoje e Para Sempre” para ajudar na pesquisa do nosso trabalho, cd e camiseta. Esse é um dia que ficou guardado na minha memória de uma forma MUITO especial.


Se eu já tinha uma enorme admiração pelo Renato Russo, depois dessa entrevista, com toda a certeza isso aumentou! Além disso, eu me tornei uma grande admiradora do Giuliano Manfredini. Foi uma honra ter essa oportunidade e sou extremamente grata.


Com esse último relato, eu encerro agradecendo pelo Renato Russo ter estado e estar de alguma forma na minha vida em momentos extremamente marcantes. Eu vou sempre bater na tecla de que o trabalho do Renato merece ser lembrado hoje e sempre. Sem dúvidas ele foi essencial para a música brasileira e eu gostaria muito de ver como ele estaria reagindo a tudo o que está acontecendo na política do Brasil atualmente.


Renato Russo se foi, mas está presente em muitos de nós.

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