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Foto do escritorLudi Villalba e Fernanda Paczkoski

Entrevista: Miguel Ev fala sobre o lançamento do novo EP "Lar", carreira, futuro e muito mais!


Três anos após o lançamento do primeiro trabalho, Miguel Ev voltou com tudo esse mês com o EP “Lar”. A produção começou em 2019 e, de lá para cá, muita coisa mudou tanto na vida profissional quanto na pessoal. Essas transformações resultaram em músicas, dentre elas: “Não Voltar”, “Não Dá”, “Sims” e “Será”.


O Just Play! teve a oportunidade de bater um papo com o Miguel, onde ele pôde contar um pouco do início na música, as experiências, além de -obviamente- falar sobre o mais novo projeto “Lar”.


Confira aqui:


Just Play! - Como foi o seu primeiro contato na música ?

Miguel Ev - Desde pequeno eu sou mega ligado na música. Meus brinquedos eram tecladinhos, microfone. Na minha família ninguém é músico, mas mesmo assim me despertou a vontade de ir atrás e aprender mais. Com 6 anos eu aprendi a tocar violão, então começou bem cedo. Em 2006 eu era viciado em Jonas Brothers, eles eram a minha maior inspiração, ainda são um pouco. Tanto que as minhas brincadeiras quando criança era brincar de fazer show, então tudo era ligado com a música. Eu ia para a escola cantando com a minha mãe no carro, meu pai sempre me mostrava a coleção de cds e isso sempre me fazia brilhar o olho. A música sempre esteve ali.


Just Play! - Quando você começou a fazer música de verdade e seguir carreira?

Miguel Ev- Eu comecei a cantar profissionalmente em 2012. Me juntei com uns amigos do ensino médio e falamos: “vamos fazer uma banda? Vamos!”, então quando a gente começou a ver que estava profissionalizando e aparecendo muitos lugares para tocarmos, nós decidimos focar mais nisso. A gente fez vários shows em cidades do Rio Grande do Sul. Tocamos em muitos lugares, desde festas de cidade até barzinhos bem esquisitos. Teve bastante estrada. Em 2015 a gente decidiu dar uma pausa e eu resolvi focar no meu projeto solo. Lancei 2 singles: “Juntos”, que é autoral, e “Mundo a Dois”, que é composição do meu amigo Jéf. Ele me deu a canção e eu fiz a minha versão. Profissionalmente com música, eu comecei com a banda e, em 2015, eu comecei o meu projeto solo.


Just Play! - O pessoal que foi da sua banda está trabalhando no seu projeto atual. Como tem sido?

Miguel Ev - O tecladista da minha primeira formação da banda é o meu produtor agora. Então essas músicas foram produzidas pelo pessoal que também é do grupo. Estamos juntos todo esse tempo. É massa trabalhar com quem a gente já conhece, porque é uma conexão muito bacana. Ficou bem mais fácil de produzir e fazer esses sons.


Just Play! - Em 2016 você teve a oportunidade de participar do X Factor. Como foi essa experiência?

Miguel Ev - Foi uma loucura! Era todo dia uma vivência de um artista gigante. Eu tava de boa na minha casa e do nada eu fui para um programa de TV. Eu aprendi muita coisa no X Factor. A minha voz melhorou muito com várias dicas e ensaios. Foi um período de muito aprendizado, ter contato com pessoas, palcos, merchans, era muita coisa envolvida. Sou muito grato e, além disso, me deu uma projeção nacional.


Just Play! - Teve alguma pessoa que te marcou durante a sua estadia no X Factor? Miguel Ev - Foi muito bacana o contato que eu tive com o meu mentor, Di Ferrero. A gente sempre conversa, mostra trabalho um pro outro. Isso é muito legal. Também tem outros participantes que viraram meus amigos, como a Jenni Mozelo, o Diego, a gente ainda conversa, sempre apoia o trabalho do outro. Pude conhecer mais pessoas da cena pop nacional. O X Factor me deu vários contatos.


Just Play! - Você falou que os Jonas Brothers te marcou muito. Atualmente qual é o artista que tem mais te inspira?

Miguel Ev - Eu sou viciado em Lauv, acho ele incrível. Também estou ouvindo muito Lany. São bandas que eu adoro. De inspiração, que eu levo muito valendo em questão de composição, eu amo a Taylor Swift, sou swifter e fiquei muito triste com esse show cancelado na pandemia. Julia Michaels e Sasha Sloan são artistas maravilhosas. A composição delas é incrível, eu estudo muito, acho maravilhoso e quero trazer um pouquinho desse lado pro meu trabalho também. Ultimamente essas são as minhas maiores inspirações.


Just Play! - Você acabou de lançar o segundo EP "Lar". Na sua opinião, quais são as diferenças entre esse trabalho e o que você já tinha feito anteriormente?

Miguel Ev - Eu finalmente consegui descobrir quem é o Miguel e colocar nas minhas músicas. Quando estou ouvindo o “Lar”, é algo que eu consigo me ver 100% nas músicas, então é muito interessante! Logo após a saída do X Factor, eu lancei um EP e, desde aquele lançamento até agora, eu não tinha lançado nada. Foi um período muito importante para mim de autoconhecimento, aprendizado, então acho que isso foi o que mais mudou desde o início. Agora eu sei quem eu sou, sei o porquê de estar aqui, sei o que eu quero. Não tenho medo de dar a minha cara, de colocar o meu rosto nas músicas. É um trabalho 100% eu, me vejo nele e isso me dá um orgulho gigante.

Just Play! - Nesse trabalho, você dividiu seus sentimentos e fases da vida em cores. Como surgiu essa ideia? Miguel Ev - Eu dividi em três cores no EP. A primeira música “Não voltar” é laranja, “Não dá” é azul, “Sims” é verde. Eu tenho uma ligação com essas 3 cores desde pequeno. No meu estúdio, a parede é azul, laranja e verde. Já tive festa de aniversário com a temática dessas três cores. Além da música, eu penso no visual. Os clipes são muito importantes. Eu peguei essas três cores e pensei em representar o período de gravação nelas. Eu acho que consegui me expressar muito bem. Com a “Não Voltar”, no início das gravações, eu estava muito feliz, solar, todo laranja. Eu cheguei e falei pros produtores: “eu quero que as músicas soem laranja. É isso que a gente vai trabalhar”. Eu queria fazer um álbum inteiro laranja. Mas no processo de gravação, eu acabei passando por outros momentos. Teve uma fase que eu estava bem pra baixo, triste, fui diagnosticado com depressão, comecei o tratamento com os remédios, então foi um período bem difícil, porque eu nunca tinha vivenciado algo do tipo. Eu consegui colocar isso pra fora em “Não dá”, que é a música azul. Também foi uma maneira de tentar me livrar desse sentimento, então foi muito importante. A “Não dá” me ajuda muito e colocar pro mundo foi bem legal. Eu vi que posso ajudar outras pessoas e é isso o que me deixa mais feliz. “Sims” é a verde. É uma maneira de eu não me levar muito a sério. Eu ficava com o pensamento de que sou um artista sério, que precisava passar essa imagem 100% profissional. Só que é possível ser 100% profissional sem ser 100% sério. Então eu quis colocar esse lado meu de ser mais brincalhão, ter umas tiradas engraçadinhas como um bom sagitariano que sou, foi uma questão de autoconhecimento. Eu posso expressar quem eu sou nas músicas, não preciso esconder pro público. Escolhi dividir os momentos da produção do EP em cores, porque eu também acho que fica um visual mais bacana e interessante pro todo.


Just Play! - O EP "Lar" começou a ser produzido antes da pandemia e foi finalizado e lançado durante esse momento delicado que estamos vivendo. Como que foi essa transição?

Miguel Ev - Eu comecei em fevereiro do ano passado a produção das músicas. Toda quarta-feira a gente se encontrava no estúdio, trabalhava, escrevia. É o que eu mais sinto falta. Seria um álbum, a princípio, e não um EP. A gente dividiu a produção em 4 fases. Então esse que eu lancei agora, o “Lar”, foi a primeira fase do processo do álbum. Foram as primeiras músicas que a gente finalizou e gravou no estúdio. Daí chegou a pandemia e eu pensei: “por que essas músicas, que eu gosto muito, que são 100% a minha cara, vão ficar guardadas, enquanto eu posso lançar para todo mundo ouvir?”. Tiveram algumas mudanças, porque ia ser um álbum e não um EP, tive que fazer algumas alterações e trabalhar com o que era possível no meio de uma pandemia. Na segunda faixa “Não Dá”, teve um clipe e foi gravado com todos os cuidados possíveis, então é realmente algo muito novo que eu tive que adaptar. Claro que foi tudo no susto, mas rolou, tá aí, tá no mundo e eu tô muito contente com tudo!


Just Play! - Como você acha que está sendo a recepção do público com esse EP?

Miguel Ev - Tá sendo muito bacana, o pessoal tá adorando! Muita gente tem falado uma coisa que eu estou gostando de ouvir! As pessoas estão imaginando as canções ao vivo. Quando eu estava no estúdio com os meus produtores, eu pensava “como vai ser essa música ao vivo?”. E agora ver esse feedback da galera é muito legal. Cria uma expectativa pra quando tudo passar e a gente puder -finalmente- fazer um show e se ver. Vai ser algo que vai todo mundo estar esperando e, ao mesmo tempo, uma pressão, porque eu vou ter que organizar algo incrível pra quando a gente voltar! Tá sendo muito legal e tem mais um monte de coisa pra vir.


Just Play! - O que a gente pode esperar do seu trabalho? Quais são os planos pro futuro?

Miguel Ev - Muita gente está pedindo o clipe da música “Será”, que é a última faixa do EP. Isso vai rolar, vamos achar um meio de trabalhar durante a pandemia novamente. Quero fazer clipe para todas as faixas do projeto. Também vão vir várias performances ao vivo. A gente não pode ter um show, mas eu quero achar uma maneira de levar um show até a casa das pessoas. Eu vou fazer algumas gravações ao vivo dessas músicas. E quem sabe não sai mais alguma coisa? Algumas músicas inéditas até o fim do ano? Vamos ver como vai rolar...

Just Play! - Passando tudo isso, você pretende fazer shows pelo brasil? Miguel Ev - Sim! Quero voltar pra São Paulo. Já fiz 3 shows lá e sempre fui bem recepcionado, quero conhecer novos lugares, nunca toquei no Rio, passar pelo Nordeste, porque tem muitas pessoas que me acompanham por lá, e também no Sul, que é onde eu comecei, moro aqui, então a galera sempre me acolhe. Quero fazer uma turnê nacional quando tudo isso passar.


Conheça o trabalho incrível do Miguel Ev:


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